Um carta aberta a meus amigos cristãos e a Igreja de Cristo

A historia do Cristianismo em seus melhores momento posiciona a igreja em divergência com os poderes do mundo.

Para os amigos Cristãos que estão presenciando a crise política:

A historia do Cristianismo em seus melhores momento posiciona a igreja em divergência com os poderes do mundo. Visto que os interesses do Estado e da igreja mesmo quando similares se diferenciam, pois um é feito por auto-sobrevivência e o outro por amor ao Evangelho. Jesus em sua oração sacerdotal pelos discípulos (e por todos nós) em João 17:6-26 nos lembra, que seus seguidores não pertencem a esse mundo, então conflito entre os valores do mundo e valores do reino são inevitáveis (v. 14, Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, pois eles não são do mundo, como eu também não sou.).

De forma alguma isso significa que a igreja não tem papel politico, muito pelo contrario, a igreja deve ser envolvida na vida política, pois o evangelho nos chama a cuidar do individuo como um ser completo. Mas o papel da igreja não é defender politico ou usar o poder do Estado para legislar moralidade. O papel da igreja é de pregar o evangelho para facilitar a transformação do indivíduo. Através dessa transformação, de pouco a pouco a nação é transformada. Não ha atalho para esse processo.

A historia do mundo nos lembra que a conversão de Constantino deu grande poder e prestigio a Igreja, mas essa mesma historia também nos mostra o poder do pecado na vida do ser humano. Os que lutaram para ter poder quando o adquiriram o usaram para o bem próprio. Durante a era das Inquisições na Espanha, apesar de todas as boas intenções da Rainha Isabela, milhões foram torturados, perseguidos, e forçados a se converter. O Evangelho de Cristo nos chama a amar ao próximo, seja ele quem for, e pregar o evangelho a toda criatura.

Francisco de Assis disse “Não adianta andar em qualquer lugar para pregar a não ser que a nossa caminhada é a nossa pregação.” No meio da onda de corrupção que claramente se tem visto—mas isso não é só de hoje, isso acontece desde que Brasil é Brasil— não podemos no esquecer que o pecado é uma força que ataca a todos nós. E por isso devemos combatê-lo. Em meio há políticos expostos por corrupção, bem como há corruptos que confessam o nome de Cristo como Senhor.

O papel moral da igreja não é de defender ou apoiar politico. Apoiar politico em nome da igreja é um erro que sempre é pago com a reputação dessa preciosa instituição. Se verdadeiramente acreditamos que Cristo fundou a Igreja, e ela é o corpo de Cristo no mundo e para o mundo, não podemos baratear a honra dessa instituição por favores políticos.

O melhor envolvimento político da Igreja é de lançar uma plataforma baseada na verdade do Evangelho através do testemunho, das palavras, e do amor de Cristo, e trabalhar com seja quem for (crente ou não) para que possamos realizar a vontade de Deus na terra, como no céu. Sempre lembrando que os nossos valores como Cristãos e os valores do mundo são diferentes.

Os deixo com as sabias palavras de João Wesley, teólogo e fundador do movimento Metodista:

Reuni-me com aqueles de nossa sociedade que votariam na eleição que se seguiu, e aconselhei-os, (1) A votar, não por dinheiro ou recompensa, na pessoa que julgou mais digno; (2) A não falar mal da pessoa contra quem votou; E, (3) A cuidar que seus espíritos não fiquem armados contra aqueles que votaram no outro lado.

– John Wesley, Thursday, October 6, 1774

Em Cristo,

Jefferson M. Furtado,
filho do Brasil, morando no exterior.